Muitos reconhecem em Jacques Vallé o maior e mais importante ufólogo que defende a hipótese ultraterrestre,mas poucos conhecem outros estudiosos que vieram antes e que são tão bons quanto eles.
Um deles chegou até mesmo a influênciar Vallé.Estou falando de Aimé Michel.Nascido em 12 de maio de 1919 em Saint-Vincent-les-Forts na França,foi e continua sendo sem nenhuma sombra de dúvidas uma das grandes mentes dispostas a pensar sobre o fenômeno Ufo.
Formado em psicologia e filosofia e no anos de 1944 ele participou da Radiodifusão Francesa.A partir do ano de 1946 começou a trabalhar no departamento de pesquisa, fazendo contato com Pierre Schaeffer (membro da associação "Trabalho e Cultura" ( Travail et Culture ) em associação com Louis Pauwels ).Se interesse pela Ufologia se acentuou até a os anos de 1950 e em 1954 ele lançou o seu primeiro livro sobre a temática ufológica: Mystérieux Objets Célestes e no mesmo ele lançou a sua teoria com relação ao fenômeno,teoria essa denominada orthoténie. Michel postulou os chamados "alinhamentos": linhas retas que correspondiam a grandes círculos traçados e centralizados na Terra. Michel afirmou que os avistamentos de OVNIs poderiam estar concentrados ao longo dessas linhas de grade. Ele propôs, por exemplo, que houvesse uma linha conhecida como “Bavic” (para “ Bayonne - Vichy ”) onde, de nove observações UFO citadas na imprensa em 24 de setembro de 1954, seis alinhadas ( Bayonne , Lencouacq , Tulle , Ussel Gelles , Vichy ). Para desenvolver essa teoria ele ainda obteve ajuda do russo Jacques Bergier(abordaremos o mesmo futuramente).
Membro do conselho editorial de Luzes na Noite ( Lumières dans la nuit ) desde 1969, ele escreveu numerosos artigos sobre OVNIs, misticismo, o reino animal e outros tópicos em vários periódicos. [4] Na revista A Vida dos Animais ( La vie des bêtes ), durante a década de 1960, ele é autor da coluna Os Mistérios do Reino Animal ( Les mystères du monde animal ). De 26 de setembro a 10 de outubro de 1964, Aimé Michel também conduziu oficinas culturais sobre o tema "A Vida no Universo Sideral" ( La vie dans l'Univers sidéral ), realizado sob os auspícios da revista Planet ( Planète ) em Cefalu. na Sicília.
Ele escreveu o roteiro de televisão Mycènes Celui qui vient du futur : Mycènes, Aquele que vem do futuro.
Seus leitores geralmente apreciam seu interesse em "qualquer coisa que esteja além do humano" e nos desafios da mente. Descrito como um espírito livre por sua comitiva, Michel tinha um objetivo declarado para evitar ser limitado por restrições externas.
Ele era amigo do controverso Jacques Bergier e Louis Pauwels e descreveu-se como um rebelde "patológico".
- Orthoténie ou Orthoteny
A ortotenie é uma teoria Ufológica desenvolvida por Aimé Michel em 1958 que postula que, por um curto período da ordem de 24 horas, as observações de objetos voadores não identificados (OVNIs) estão alinhadas, na superfície da Terra , ao longo de grandes círculos.Aime Michel, que mapeou avistamentos selecionados da onda de OVNIs da França de 1954 e observou padrões em suas localizações. Ele propôs a teoria da ortotenia, que os OVNIs (pelo menos alguns deles) viajaram através dos territórios em linhas retas. Seu livro "Discos Voadores e o Mistério Direto" foi escrito em 1958 e contém os resultados de seu estudo e as evidências que detalham os avistamentos relacionados à ortotenia.
Em um trabalho publicado em 1958, o ufologista francês Aimé Michel acredita ter identificado o que se tornará o mais conhecido dos alinhamentos ortotênicos: a linha chamada "Bavic" (para " Bayonne - Vichy "). Este acrônimo representa a linha reta de 485 quilômetros ( grande círculo ) que une estas duas cidades. Michel observa que, dos nove avistamentos de OVNIs registrados na imprensa durante o único dia de 24 de setembro de 1954 , seis ( Bayonne , Lencouacq , Tule , Ussel , Gelles , Vichy ) estão em um alinhamento quase perfeito, uma vez relatado em um cartão . Ele também identifica muitos outros alinhamentos, como o de 15 de outubro de 1954, onde cinco observações estão localizadas em uma linha de 1 a 100 quilômetros de extensão, de Southend ( Inglaterra ) até a foz do rio Po ( Itália ) . Ele, portanto, estabelece as bases da teoria da ortotenia.
Segundo Michel, Jacques Bergier teria sido sua inspiração durante uma discussão amigável: "O que seria divertido seria encontrar algum dia algo assim". E ele traçou na toalha de mesa do restaurante onde nós comemos dez linhas retas que se cruzam no mesmo ponto e apresentando a imagem de uma teia de aranha, ou uma roda com seus raios.
No mundo, outros pesquisadores da Ufologia recorrem a essa hipótese e acrescentam suas contribuições, como o brasileiro Olavo Teixeira Fontes, o argentino Christian Vogt, o espanhol Antonio Ribera ou o americano Alexander Mebane, que Ele incorpora os dados da onda de observações dos EUA em 1957. Mebane estabelece um modelo matemático que sugere que, em um conjunto de 9 observações, o alinhamento de 3 ou 4 pontos em uma linha pode ser um risco simples, mas que o probabilidade de que 6 estão alinhados é entre 1: 500.000 e 1: 400.000.000
Refutações
Como toda teoria,a Orthoteny recebeu algumas críticas,o que é plenamente normal para uma teoria.Embora pareça seriamente apoiada, esta teoria naturalmente provoca muitas críticas mais ou menos justificadas . Em 1964, com base nos cálculos de Mebane, o astrônomo Donald Menzel atacou vigorosamente o argumento de Michel. Mas desde que Menzel é conhecido por suas posturas anti-ufológicas radicais, seu argumento não atrai a atenção. Em 1966, Jacques Vallée estudou a questão usando seus conhecimentos e recursos de informática. Usando o computador da Universidade de Chicago , ele simula uma onda de observação e mostra que quase todos os alinhamentos são aleatórios, mas alguns escapam das probabilidades . Finalmente, é em 1976, procurando o rastro das observações na origem de Bavic nos jornais locais da época, que o ufólogo Michel Jeantheau percebe que várias datas são erradas, trazendo de volta o alinhamento dos poucos. Observações realmente ocorreram em 24 de setembro de 1954 dentro dos limites do mero acaso . Os fundamentos da teoria da ortotenia são reduzidos a nada.
Isocélie
Apesar deste golpe aparentemente fatal, uma variante da teoria da ortotenia ressurgiu em 1978 sob a pena de Jean-Charles Fumoux . Em várias publicações 8 , 9 ele afirma demonstrar cientificamente que avistamentos de OVNIs são distribuídos geograficamente de acordo com uma rede de triângulos isósceles . De acordo com sua pesquisa, baseada no levantamento de 76 locais de pouso de OVNIs, observados entre 26 de setembro e 18 de outubro de 1954, o enredo de 1.877 triângulos isósceles pode ser determinado. Uma geração de pontos devido ao acaso produz apenas uma média de 1.625,5 triângulos. A diferença significativa de 251,5 triângulos tem apenas uma chance em mil de ser devido ao acaso. A conclusão do autor é que tal distribuição regular é necessariamente o resultado do pensamento inteligente. Seduzido por essa teoria, Jean-François Gille produziu em 1980 uma análise matemática 10 , retomada e publicada pelo engenheiro Maurice Chatelain . Eles concluem "que o número de triângulos isósceles gerados pela rede de aterrissagens, na verdade, reportados é devido ao acaso, é menos de um em dez bilhões de bilhões" .
Refutação da Isocélie
A primeira acusação feita aos proponentes da isocélia é da mesma natureza que a que levou ao abandono da teoria inicial da ortotenia e se refere à flagrante falta de confiabilidade das observações retidas:
"Todos aqueles que analisaram os recortes de imprensa relatando observações ocasionalmente descobriram que esses relatórios eram muitas vezes inconsistentes, imprecisos, até mesmo errôneos ou fantasiosos, e às vezes tinham sido escritos sem qualquer verificação.
Uma análise matemática e estatística minuciosa e rigorosa, conduzida pelo GEPAN ( CNES ) na primavera de 1981, mostra que, mesmo sem levar em conta as reservas mencionadas acima sobre a falta de confiabilidade dos 76 pontos retidos: o tipo de simulação e a amostra de "quase pousos" considerados, apenas o acaso é suficiente para explicar os resultados encontrados " .
Por seu turno , a revista Science et Vie publica em novembro de 1981, em um artigo escrito por Michel Rouzé , os resultados de um estudo realizado por Dominique Caudron que leva às mesmas conclusões . Como o jornalista observa no final de seu artigo:
"O que concluir de tudo isso? Nada sobre a realidade ou não-realidade dos OVNIs, ou a origem extraterrestre de seus ocupantes. Simplesmente isocelia, depois de outras tentativas de apoiar uma demonstração científica, a crença nesse tipo de fenômeno colapsa, por sua vez, diante de uma verificação razoável. "
Na minha opinião
Na minha mais sincera opinião,de acordo com meus estudos até hoje sobre a vida e as teorias do fantástico Aimé Michael a Orthoteny não esta em tudo errada,ela apenas carece de dados mais precisos e confirmatórios.Vale ressaltar que nas décadas de 1940,1950 o Sr.Michael não tinha como testificar todos os casos que apareciam sobre avistamentos de ufos.Na teoria há áreas para melhoria, como definir a janela de tempo para a seleção de avistamentos, e abordar quanto e quais partes do fenômeno ele pode ser aplicado.
- A sua contribuição para o hipótese interdimensional
Para saber mais sobre a contribuição de Aimé para o fenômeno e a hipótese interdimensional aconselho vocês a lerem um post que eu já fiz aqui no blog :https://cruzeirodosulufo.blogspot.com/2018/06/jacques-valleaime-michel-j-allen.html enfim em resumo,Aimé escreveu que seres vindos de lugares tão distantes, com fantásticas despesas de energia, não viriam a Terra para fazer apenas algumas acrobacias, geralmente na frente de pessoas comuns. Tal suposição seria insuportável. O contato deveria ser o resultado esperado, mas ele não aconteceu, sendo assim, os discos voadores são um absurdo. Também se debruçou sobre a questão do contato entre seres muito diferentes, e, se entre humanos e alienígenas, não poderíamos tentar reduzir seus pensamentos aos termos dos nossos; provavelmente não compreenderíamos sua tecnologia e seu psiquismo, tanto quanto difícil seria para esses visitantes também. E que não devemos achar irracional a possibilidade da existência de seres mais evoluídos, simplesmente porque seriam incompreensíveis, estando além dos limites do nosso estágio de desenvolvimento fisiológico.
No livro "The Humanoids",uma coletânea de artigos organizados por Charles Bowen, Aimé escreveu o capítulo "The Problems of Non-Contact". Abaixo, citações traduzidas:
"O primeiro fato óbvio que temos é que tal contato não existe entre a humanidade e o sistema 'X' ou sistemas responsáveis pelo fenômeno UFO(...)"
"(...)é evidente que, se o sistema "X" é um múltiplo (se há várias origens ou responsáveis), em seguida, todos eles obedecem igualmente, na medida em que nossas observações nos permitem medir, uma única lei em um ponto preciso, que é a abstenção do contato."
"(...) uma primeira explicação para a falta de contato: não temos mais contato com "eles" do que temos com o Gymnarchus Niloticus porque mais do que peixes, eles não têm o nosso tipo de pensamento discursivo. Eles nos dominam como o micróbio quando estamos doentes."
" (...) as reais entidades responsáveis pelo fenômeno UFO nunca estão lá, e ninguém os vê, nunca. Tudo o que vemos são robôs (biológicos ou não (...). Estes robôs são feitos para cumprir uma determinada tarefa, como nós criamos vacas, cães de guarda (...). A tarefa (desconhecida) para o qual foram concebidos não preveem qualquer contato com a humanidade."
Abaixo,deixo alguns links úteis que utilizei para fazer esse post inclusive o site de Aimé Michel.
Site do Aimé Michel
Gratidão...Excelente...
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